A história peculiar de Dona Margarida, fundadora de Santa Bárbara d'Oeste, se transforma em um conto envolto em mistérios e aparições na Praça Central. Dona Margarida da Graça Martins, nascida em 27 de novembro de 1782, foi a única mulher brasileira a fundar uma cidade. Em 1818, ela doou parte de suas terras no interior do estado de São Paulo para a construção de uma capela em homenagem a Santa Bárbara. O pequeno vilarejo, outrora pacato, cresceu e se transformou na próspera cidade de Santa Bárbara d'Oeste.
A fundadora de Santa Bárbara faleceu em 13 de julho de 1864, aos 81 anos, sendo enterrada no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Décadas depois, em 4 de dezembro de 1967, seus restos mortais foram transferidos para a Praça Coronel Luís Alves, no centro de Santa Bárbara d'Oeste, e depositados em um monumento erguido em sua homenagem na Praça Central. Contudo, em uma das reformas irresponsáveis ocorridas no local, os restos mortais de Dona Margarida acabaram se perdendo, assim como uma parte valiosa da história da cidade.
Mas, como não poderia deixar de ser, a história de Dona Margarida não terminou ali. Avistamentos noturnos de uma figura feminina vagando pela praça central começaram a surgir. Testemunhas alegam ver uma mulher com um longo vestido negro, cavando a terra com uma pá. Aqueles que a avistam não têm dúvidas: é Dona Margarida, retornando dos mortos em busca de seus ossos perdidos, ansiando por um enterro digno e eterno descanso.
Os sussurros noturnos ecoam pelas noites escuras, enquanto a figura espectral de Dona Margarida desliza pela praça, alimentando os temores e a curiosidade dos habitantes. Sua presença é um lembrete constante do respeito que devemos ao passado e do valor inestimável da memória histórica.
Assim, entre sombras e segredos, a lenda de Dona Margarida continua a fascinar Santa Bárbara d'Oeste, perpetuando um mistério que parece destinado a permanecer sem solução.