Há 5000 anos, os habitantes primitivos da região que hoje compreendemos como Estado de São Paulo, mais expecificamente em Santa Bárbara d'Oeste, se dividiam em várias tribos indígenas na região, como os Tamoios, Tupinambás, Tupiniquins, Carijós, Goianas, Guaianá (ou Guaianazes), Purís, Tupi, Kaiapó Meridionais e Kaingans. Em pequenos territórios, também se encontravam os Opaié-Xavantes e os Otí-Xavante.
Quando o Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500, a terra paulista era uma região vibrante de culturas indígenas variadas. Em um mapa criado por pesquisadores da Universidade de São Paulo revelou dois sítios arqueológicos em Santa Bárbara d'Oeste. Entre os achados instigantes, muitoas restos de artefatos foram resgatados. Notavelmente, Santa Bárbara d'Oeste é um município onde vestígios associados a povos antigos foram encontrados, incluindo pedras lascadas, conhecidas cientificamente como líticos. Essas ferramentas rudimentares eram usadas por bandos de caçadores-coletores, antepassados que exploravam o terreno, pescavam e caçavam.
Descobertos pela primeira vez na década de 1960 por José Luiz de Morais e publicados na Revista do Museu Paulista em 1981/1982, os artefatos em sílex, uma rocha sedimentar densa formada essencialmente por dióxido de silício. O sílex era amplamente usado por nossos antepassados devido à sua dureza e capacidade de ser lascado em bordas afiadas, tornando-o ideal para a produção de ferramentas e armas primitivas, como pontas de flechas e lanças, lâminas, e raspadores.
Estes achados nos contam histórias de um passado longínquo. Afrontando os séculos, esses objetos nos foram legados através do trabalho árduo de diversos arqueólogos, cuja dedicação compilou décadas de pesquisa. Muitos desses sítios já constavam na base de dados do professor Astolfo Gomes de Mello Araujo, coordenador do Levoc (Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas em Evolução, Cultura e Meio Ambiente), do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
Nas vozes sussurradas dos ancestrais, moradores antigos das regiões do Bairro Beira Rio, Cruzeiro do Sul e Caiubi contam histórias que arrepiam até os corações mais corajosos. Em noites onde a lua cheia derrama sua luz prateada sobre as matas, figuras espectrais emergem das sombras profundas. Essas aparições, deslizantes e furtivas, são frequentemente associadas aos espíritos dos índios que outrora povoaram nossa cidade.
Cobertos por vestes ancestrais e armados com suas ferramentas e armas primitivas feitas de pedra lascada, esses espectros reencarnam as histórias de tempos imemoriais. Os moradores descrevem como esses espíritos se movem com a destreza silenciosa de caçadores habilidosos, de novo caçando, pescando e explorando o terreno como se nunca tivessem deixado estas matas. Curiosamente, os moradores atribuem o sumiço de animais a esses índios ancestrais, acreditando que continuam a praticar a caça nas mesmas matas onde viveram há séculos.
Cada relato, carrega um testemunho da presença indelével desses povos originários. Esses fantasmas do passado, eternamente vigilantes, parecem entrelaçados na tapeçaria do tempo e da terra, mantendo vivos os ecos de sua existência milenar sob o olhar fantasmagórico da lua nas terras Barbarenses.