Há muito tempo, nos primórdios da cidade de Santa Bárbara d'Oeste, foi construído um colégio. A construção levou mais de 10 anos, e muitas histórias cercam essa imponente construção que hoje é a Escola Estadual José Gabriel de Oliveira, com mais de 100 anos de fundação. Sendo o primeiro grupo escolar implantado no município, a história da escola Gabriel mantém relações muito íntimas com a história do município. Mas, como quase tudo na cidade, guarda seus mistérios.
Na parte de baixo da escola, ainda hoje corre a lenda do esqueleto no porão. Naquela época, o Tenente Coronel José Gabriel de Oliveira e Souza, um grande defensor dos direitos sociais e educacionais, trabalhou arduamente para que a escola fosse construída, não poupando esforços. O município de Santa Bárbara D’Oeste lutou muito para a implantação desse grupo escolar, pois a educação no município era precária, não existiam salas apropriadas e o analfabetismo era considerável. Esses projetos não foram usados apenas para construções de prédios escolares, mas também para todos os edifícios públicos, como fóruns e cadeias construídas no interior do Estado.
As atividades da escola iniciaram no dia 29 de março de 1913, e o primeiro diretor foi Hippolyto Álvares Cruz. Eram tempos difíceis, a educação era muito rígida, e o diretor, com fama de severo, era uma figura imponente. Diz a lenda que o esqueleto no porão, que sempre aterrorizava os alunos, seria o do primeiro diretor, que mesmo após a sua morte, ainda cuidava da escola.
O esqueleto no porão era uma visão aterrorizante para os alunos desobedientes. Com suas órbitas vazias e ossos rangendo, ele surgia nas noites mais escuras, andando pelo porão e observando tudo das grades de seu confinamento. Quando o silêncio tomava conta da escola, os alunos que não seguiam as regras ou desrespeitavam os professores eram os mais aterrorizados.
Diziam que o esqueleto emergia das sombras, arrastando-se pelo chão até sua sala de aula, onde mantinha uma vigilância perpétua. Com sua vara de ensino feita de osso, ele estava sempre pronto para punir os desobedientes. O som dos ossos rangendo ecoava pelos corredores, e o brilho sinistro de suas órbitas vazias era a última coisa que os alunos queriam ver. O esqueleto, com sua presença imponente, era um guardião sombrio que mantinha a ordem na escola, mesmo após a morte.
A visão do esqueleto no porão era suficiente para manter todos os alunos na linha, temerosos de que, a qualquer momento, poderiam ser visitados pelo espírito vigilante do antigo diretor. A lenda dizia que, se alguém fosse levado ao porão, nunca mais seria o mesmo. O terror de encontrá-lo fazia com que cada aluno obedecesse cegamente às regras, sabendo que, debaixo daquela escola, um guardião do outro mundo sempre os observava.
O esqueleto no porão é um mistério, perpetuando-se através dos anos, uma lembrança constante de que a ordem e a disciplina eram mantidas a todo custo.