Muitas histórias de antigamente cercam a cidade de Santa Bárbara d'Oeste, mas uma delas conta a história da menina Rosa, que morava nas proximidades do rio Piracicaba, que corta a cidade. Bem próximo de onde é a ponte do Funil, Rosa, de uma família de lavradores muito pobre, cuidava dos afazeres da casa e dos irmãos. Ela tinha o hábito de lavar roupas na margem rasa do rio, local que também era usado para a travessia de muitas pessoas e comitivas de tropeiros.
Em uma ocasião, quando uma tropa passava, Rosa viu um jovem tropeiro e logo se apaixonou. Foram diversas vezes até ela tomar coragem e mostrar interesse pelo belo rapaz. Em uma dessas ocasiões, eles conversaram, e ele prometeu ir falar com os pais de Rosa. Passaram-se dias, semanas e meses, e a menina Rosa sempre esperava seu amado à beira do rio, mas em vão.
Infelizmente, em uma ocasião, depois de uma cheia repentina no rio causada por uma tromba d'água em sua nascente, a menina Rosa foi tragada pelas águas e nunca mais foi encontrada. Diz a lenda que, em noites muito silenciosas, pode-se ver a figura de uma mulher andando sobre as águas do rio, à espera e à procura de seu amor perdido.
A visão espectral de Rosa, com seu vestido branco encharcado e cabelos desgrenhados, é uma lembrança constante da tragédia que a levou. Seu olhar vazio e triste reflete a dor de um amor não correspondido, e seu lamento suave ecoa pelas margens do rio, arrepiando aqueles que ousam se aproximar. A lenda de Rosa é um aviso sombrio sobre os perigos do amor e a força implacável da natureza, lembrando-nos de que, às vezes, os sonhos mais doces podem se transformar em pesadelos eternos.